quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

GO! Gregui





GO! Greguii


Nome:Gregório da silva santos
Idade: 16
Local de nascimento: São paulo
Signo: Aries
Medidas: (1,64 e 57k)
Qualidade: Carisma,sinceridade & meigo
Defeito: Folgado
Na TV: Jornalismo
Ao que não assiste na TV: Silvio santos
Comida predileta:Lasanha
O melhor do guarda-roupa: Roupa
Arma de sedução: Olhar
Homem bonito: Cauan raimon
Mulher bonita:Gisele tiie
Hobby:Dançar
Time de Futebol:Santos
Fé: Deus
Viagem dos sonhos: Hollywood
Filme: Romance
São Paulo:Ai amo minha terra .
Música: Romantica , Eletronic .
Livro: Poesia
Adoro:Meus amigos
Detesto: Falsidade
Admiro: Sinceridade
Familia:E tudo
Uzumaki:S/C
d' Matthah: Amo dimais
FuhMiguel:Amo dimais também .
Sua Mae Luiza: minha meu amor meu tudo.
Um Grande Amor:Minha familia
Vieira:Legal
Shopping:Adoro
Ser Gay:E muito bom
Fantasia: Transar em um Elevador
Primeira Vez:14 aninhos
Amor: Tudo qe a gente deve ter nesta vida
Se fosse para um lugar deserto quem gostaria te der por perto:Uma pessoa qe eu gosto
Beijo ou Sexo:Beijo
Parte do corpo que mais Gosta: Barriguinha
Parte do Corpo q mais gosta dos outros:Os olhos
O que vc melhoraria:Meu nariz
O que voc gosta nos Meninos:Beleza
Futuro:Casar
Quando nao tenho nada pra fazer:Deito no xão de casa
Oque voce faz quando nao tem ninguem te vendo:S/C
O que voce qeria fazer se ninguem podesse te ver:S/C






GO! QL1F   Quaze Levy Um Fora...


 Quase Levy um fora 



Depois de ter esperando por um longo tempo na fila, conseguimos entrar. A casa estava
lotada, mal dava pra andar, um descuido que dei acabei perdendo o Rafael de vista. Claro
que ele foi ao encontro do garoto com quem ele estava flertando e me largou sozinho no
meio daquele monte de gente.
    A boate já não era muito grande, o que se tornava desconfortável principalmente na
questão do ar condicionado que parecia estar desligado, tornando o mezanino uma sauna de
tão quente. Meia hora depois eu já havia me arrependido de ter saído de casa. O pior era
que ir embora seria uma tarefa quase impossível, pois não conseguia dar nem um passo a
diante de tão cheio que o lugar estava.
-Por favor... Vê uma água?
-Com ou sem gás?
-Com gás... Obrigado.
    Passei o tempo inteiro ao lado do bar próximo da pista. Bebi três garrafas de água de
tanto que suei, mesmo estando parado. Um desespero começou a bater e uma vontade enorme de chorar me consumia. Se eu visse o Rafael na minha frente àquela hora, seria
capaz de dar um soco em seu nariz, pra aprender a não fazer mais os amigos de palhaço.
Por volta das 3h00 o lugar começou a esvaziar. Finalmente um casal desocupou um banco
que estava próximo de mim, aproveitei para sentar e descansar minha perna que já estavam
formigando. Encostei a cabeça na parede e borrifei um pouco da água no rosto para dar
uma refrescada, fechei os olhos e quando estava quase pegando no sono senti alguém
batendo no meu ombro:
-Eae Nando, não vai pra pista dançar um pouquinho?
-Dançar?... Onde foi que você se enfiou que me deixou aqui sozinho?
-Ué... Estava beijando na boca...
-Beijando na boca e bebendo todas, né?
-Você é muito careta, bebe um pouco...
-Sai pra lá com isso.
     Morri de vergonha com o vexame que o Rafael estava causando. Eu gostava muito dele
quando estava sóbrio, pois quando ele bebia deixava de ser gente.
-Rafael, vamos embora antes que eu me arrependa de ter te conhecido.
-Fernando, calma. Eu ainda quero beijar a boca daquele carinha que eu to afim...
-Você ainda não beijou? Passou a noite inteira querendo ver o moleque...
-Não estou falando desse, que por sinal também já beijei. Agora quero dar um beijo
naquele ali.
-Com esse bafo de cana você espanta qualquer um... Vamos embora...
    No que eu peguei em seu braço para irmos embora, ele me empurrou com tudo em cima
de um rapaz que estava sentado no banco ao meu lado. Ao cair, bati o braço na mão do
rapaz que segurava um copo com batida de abacaxi, derrubando tudo em sua camisa
branca.
-Olha o que você fez? Desculpa...
-Não foi nada...
    O que me deixou com mais raiva, foi ele ter me deixado falando sozinho e sair andando
na maior naturalidade resmungando, sem noção do que havia feito e me deixando na mão
mais uma vez.
-Rafael volta aqui... Filho da puta...
-Calma...
-Que raiva desse maldito.
-Por que vocês estavam brigando?
-Porque eu quero ir embora e ele fica enrolando... Olha só como ficou sua camisa... Fala...
Quanto te devo?
-Relaxa, não se preocupe com isso.
-Ele me paga.
-É seu namorado?
-Bate na madeira... Sua amizade já me sai caro demais...
-Hahaha.
    O Rafael tentou e conseguiu me irritar aquela noite, me fazendo chorar de nervoso e
chamar a atenção das pessoas de uma maneira negativa.
-Não fica assim não...
-Humpft.
-Como você se chama?
-Fernando. -Prazer Fernando, meu nome é Guilherme. Você mora onde?
-Moro no Ipiranga.
-Eu moro na Bela Vista, aqui próximo.
-Que bom.
-Se você quiser eu te dou uma carona pra você não ir sozinho...
-Imagina.
-Deixa de bobagem, vai. Meu carro está no estacionamento aqui perto, não vai ser
trabalho nenhum...
    Nessa hora o Rafael apareceu, com a maior cara de pau e se intrometeu no assunto como
se nada tivesse acontecido, o que me deixou mais irritado ainda.
-O quê é que não vai ser trabalho nenhum?
-Estou oferecendo uma carona para o seu amigo...
-Obaaaaaa... Você pode me dar uma carona também?
-Humpft... Rafael, não começa, pelo amor de Deus.
-Vou buscar minha jaqueta na chapelaria e fechar minha comanda. Não vão embora sem
mim rapazes.
-Hahaha... Seu amigo é uma comédia.
-Humpft... Ele só me faz pagar mico e prejuízos...
-Relaxa, leve na esportiva.
-Você fala assim porque não é você.
-Seu amigo já aceitou a carona, só falta você agora.
-Eu já derrubei a bebida na sua camisa, trabalho demais para uma noite só.
-Não esquenta, amanhã eu compro outra camisa...
-Bom, se não for te incomodar eu topo.
-Deixa eu fechar minha comanda então...
-Eu também preciso fechar a minha.
-Vamos juntos...
    Subimos até o caixa e pegamos uma enorme fila. Depois que pagamos a comanda,
deixamos a boate e sem paciência nenhuma ficamos esperando pelo Rafael na porta que
parecia ter esquecido de sair. Deveria ter entrado em coma alcoólico ou ficado sem dinheiro
pra pagar as garrafas de bebidas que havia consumido.
-Será que ele vai demorar?
-Não sei. Faz o seguinte, deixa que eu o levo até em casa, pode ir e obrigado pela intenção.
-Pode parando, seu eu disse que vou levar vocês, é porque eu to afim.
-Afim de quê?
-Deixa pra lá.
-Demorei meninos?
-Demais...
-Já podemos ir se quiserem.
-Você mora onde, Rafael?
-Em Santana.
-Você pode nos deixar no metrô mais próximo, Guilherme.
-Nada disso, deixo vocês em casa.
-Nos deixe próximo do museu do Ipiranga então.
-Firmeza. Esperem aqui que eu vou buscar o carro...
-Não demora, hein.
-Rafael, cala essa boca, por favor. -Hahaha, deixa ele...
    Enquanto o Guilherme foi buscar o carro no estacionamento, eu e o Rafael ficamos
aguardando na calçada, ao mesmo tempo pagando meus pecados com a bebedeira dele.
-Olha o Nando... Arrumou um “corpo” com carro... Não é fraco não, hein...
-Rafael, pelo amor de Deus, fecha essa boca maldita...
-Olha lá ele... E que carrão... Importado, banco de couro e tudo...
-Tudo o quê?
-Tudo que eu sonhei ter na vidaaaaaaaaaaaa...
-Então pega pra você.
-Não posso, você viu primeiro, eu não seria um bom amigo se fizesse isso.
    O carro começou a buzinar.
-Ele já está buzinando...
-Eu escutei.
-Então vamos lá.
    Fomos em direção ao carro. Abri a porta da frente e levei um susto quando vi o Rafael
tropeçar nas pernas de tão “mamado”.
-Fernando, fica no banco da frente para me ensinar o caminho.
-Que preconceito é esse? Só porque eu bebi um pouquinho você acha que eu não conheço o
caminho?
-Não é isso...
-Ignora o quê ele fala.
-Onde você mora, Rafael?
-Ele vai ficar na minha casa.
-É... Hoje vou ficar na casa do meu amigão aqui, né Fe?
-É.
-Mas quando quiser aparecer em casa... Já falei, moro em Santana...
-Hahaha... Ok.
    Eu não sabia onde por a cara de tanta vergonha. O pior era que o Guilherme estava se
divertindo com a situação. Passei metade do tempo calado, já o Rafael não fechou a boca
um minuto se quer.
-Qual sua idade, Guilherme?
-Eu tenho 25 anos, e você?
-Tenho 20.
-E você, Fernando?
-Eu tenho 19.
-Até que você não é muito velho, Guilherme.
-Hahaha... Por que diz isso?
-Porque o Fernando curte caras maduros...
-Rafael, olha o mico que você está me fazendo pagar?
-É verdade, Fernando?
-Humpft... Sim.
-Mas por que essa preferência por homens mais velhos?
-Que assunto mais idiota...
-Eu sou o contrário do Fernando, adoro um boyzinho com pele lisinha, novinha...
-Hahaha... E por que você não namora, Fernando?
-Medo de sofrer.
-O Fernando é um cagão. -Não fala assim dele... Por um lado ele tem razão.
-Ui... Vai defender ele agora?
-É o meu trabalho.
-Como assim?
-Eu sou advogado.
-Uau...
-Fernando, você tem certeza que não quer que eu te deixe em casa?
-Não precisa, pode me deixar aqui mesmo.
-Você quem sabe.
-Vamos Rafael.
-Valeu Guilherme, vamos marcar uma balada pra gente sair outra vez...
-Demorou.
-Então anota aí meu telefone...
    Enquanto eu ajudava o “pudim de cana” do Rafael descer do carro, ele ia falando o
número do seu celular e o Guilherme anotando na sua agenda.
-Anotado.
-Vou esperar você me ligar, hein.
-Pode deixar que eu ligo.
    Depois de tirar o Rafael de dentro do carro, me aproximei da porta e falei ao Guilherme:
-Obrigado pela paciência e desculpa pelo transtorno.
-Não se preocupe, foi divertido, eu é que agradeço.
-Humpft... Obrigado!
-Juízo... Cuide dele...
-Deixa ele comigo.
    Nos despedimos do Guilherme e seguimos para minha casa. Tive que arrastar aquele
“carma” até o portão, pois andar era algo quase impossível de se fazer no estado que ele se
encontrava.
-Chegamos. Agora você trate de calar sua boca e dormir...
-Pode deixar, não vou dar um piu.
    Dormimos até 14h do outro dia. Ao levantar, notei que em casa já não havia mais
ninguém, meus pais já tinham saído para trabalhar e meu irmão deveria ter ido com eles.
Curado do porre da noite anterior, o Rafael foi tomar um banho para tirar a ressaca,
enquanto isso, entrei na internet para ver se o Douglas já havia mandado a apostila de
produto para eu estudar em casa antes do treinamento.
    Como já era de se esperar, a caixa de e-mail estava vazia. Desliguei o computador e fui
procurar algo para comer. No caminho cruzei com o Rafael, que saía do banho com uma
toalha amarrada na cintura e pingando em todo o chão por onde passava.
-Nossa... Que dor de cabeça...
-Imagine a dor de cabeça que vou ter daqui pra frente...
-Por quê?
-Porque você me fez pagar o maior mico da minha vida essa noite.
-Eu?
-Você.
-Não me lembro de nada disso.
-Já esqueceu?... Lembra quando você me empurrou em cima de um cara derrubando
bebida em sua roupa?
-Só me lembro de você brigando comigo e olhando pro gatinho que deu carona pra gente. -Que história é essa de eu ficar olhando pro cara?
-Hahaha...
-Rafael, pode parando com isso...
-Bom, deixa eu me vestir e ir pra casa me recuperar para a balada de hoje á noite.
-Você vai sair outra vez?
-Mas é claro, a noite é uma criança.
-Humpft... Não vai querer comer algo antes?
-Não, eu como em casa.
    No final da tarde fui até o curso de inglês pegar minha nota e saber se havia passado.
Chegando lá as listas já estavam expostas. Olhei meu nome no painel e respirei aliviado
quando vi que minha nota estava acima da média. Só fiquei triste em não poder fazer a
rematrícula, pois meu pai havia dito que não pagaria mais o curso e como eu não tinha
certeza ainda do emprego, não arrisquei.
    No caminho de volta o tempo ameaçava chover. Apressei os passos para não ser pego
pela chuva, a minha sorte foi que logo quando cheguei no ponto do ônibus ele chegou. Dei
o sinal para ele parar e desanimei ao ver que praticamente o ponto inteiro iria pegar o
mesmo que eu. Entrei na fila e fiquei esperando uma senhora conseguir desobstruir a porta,
pois havia entalado de tão gorda, nessa hora senti meu celular tremendo dentro do bolso.
-Alô?
-Fernando?
-Sou eu.
-Aqui é o Guilherme.
-Que Guilherme?
-Aquele que você manchou a camisa...
-Nossa...
-Atrapalho?
-Não, estou dentro do ônibus agora. Como você conseguiu meu telefone?
-Liguei para o seu amigo Rafael e ele me passou.
-Filho da puta.
-O que você disse?
-Nada não. Conseguiu tirar a mancha da sua camisa?
-Nem tentei. Depois mando pra lavanderia, lá eles dão um jeito.
-Desculpa qualquer coisa.
-Só desculpo se você vier jantar comigo.
-Jantar?
-É...
-Mas...
-Ficaria muito contente se você aceitasse.
-Humpft... Quando?
-Hoje.
-Mas hoje...
-Nada de “mas”. Agora são 17h49, dá tempo de você chegar em casa, se arrumar e vim
jantar comigo. Chame seu amigo pra vir também se quiser.
-Eu nem sei onde você mora...
-Não seja por isso, posso muito bem te encontrar no metrô aqui próximo...
-É que... -Não se preocupe, se você não se sentir à vontade pode trazer seu amigo com você, já
disse.
-Por tudo que é mais sagrado, não. Prefiro ir sozinho... Apesar de que nem se eu quisesse
ele iria, sábado a noite é dia de balada.
-Então quer dizer que você vem?
-Humpft... Vou.
-Oba! O que você gosta de comer?
-Hum... Massas, saladas...
-Ok. Deixa comigo então que eu vou preparar algo bem gostoso pra jantarmos.
-Então ta bom.
-Que horas eu te encontro?
-Às 20h30, pode ser?
-No metrô Brigadeiro?
-Isso.
-Beleza.
    Cheguei em casa e fui tomar um banho para tirar o suor. Em seguida, peguei o telefone e
liguei para o Rafael:
-Alô?
-Fala amigo da onça.
-Eu?
-Quem mandou você dar meu telefone para o Guilherme?
-Ah... Ele me ligou e pediu seu telefone, fiquei sem jeito de não dar...
-Mas eu não te autorizei a passar.
-Deixa de ser bobo. O cara ta mó afim de você... Só quis ajudar.
-Desista, você não tem vocação para Santo Antônio.
-Desculpa... Vou ligar pra ele e...
-Agora é tarde. Ele já me ligou e me convidou pra jantar em sua casa...
-Ah... Você me liga pra me encher o saco porque eu passei seu telefone pro cara e vai sair
com ele?
    Ele nem deixou eu falar e desligou o telefone na minha cara. Até que em certo ponto ele
tinha razão, já que eu aceitei jantar com o Guilherme, nem deveria ter ligado para reclamar.
    Cheguei na estação do metrô e o Guilherme já me esperava. Encostado na parede, de
baby look preta, calça jeans meio caída e desfiada na barra, tênis preto e boné com a viseira
virada pra trás.
-Demorei?
-Não, acabei de chegar também.
    O Guilherme era um cara muito bonito. Sua altura era proporcional ao seu corpo
cuidadosamente esculpido, tinha as medidas perfeitas. Seu cabelo castanho claro estilo
despenteado com gel da noite anterior davam um ar de moleque travesso ao seu rosto de
homem.
-Pensei que você não viria...
-Por quê?
-Achei que não tinha ido muito com a minha cara.
-Hahaha... Relaxa, eu não tenho nada contra sua pessoa... Não faz essa cara, é sério.
-Ok, eu acredito em você.
-Está longe sua casa?
-Não, acabamos de chegar. -Você mora aqui?
-É... Eu sei que é grande demais para uma pessoa só...
-Põe grande nisso.
-Hahaha... É que eu gosto de espaço.
    O apartamento era enorme. Dois por andar, quatro dormitórios, duas salas. Eu me
sentiria perdido morando sozinho dentro de um apartamento tão grande como aquele.
-Fique à vontade, eu vou trocar de roupa e já volto.
-Tudo bem.
    Sentei no sofá branco de camurça e fiquei observando aquela sala de estar enorme. O
vento que entrava por uma das vasculantes da sala, fazia a cortina creme dançar
suavemente, fazendo sombra pela parede texturizada. A estante de mogno escuro
destacava-se no branco do ambiente e uma televisão de cinqüenta e uma polegadas ocupava
o espaço de três prateleiras.
-Pronto! Demorei?
-Até que não demorou muito...
-Foi rapidinho. Vem comigo até a cozinha...
-Vamos lá.
    Levantei do sofá e o acompanhei até a cozinha, onde já estava quase tudo pronto e
arrumado sobre a mesa da copa estilo americana. O cheirinho de molho vermelho fazia meu
estômago roncar de fome, parecia que eu não comia há séculos.
-Eu preparei para nós uma lasanha à bolonhesa...
-Hum... O cheiro está ótimo... Foi você que fez?
-Na verdade não. Comprei em um restaurante perto da casa da minha mãe, eu não sei
cozinhar muito bem.
-Assim não tem graça.
-Ah, desculpa... Eu não ia te chamar pra comer um ovo cozido, já que é só o que sei fazer.
-O que importa não é a sofisticação e sim a intenção.
-Que bonitinho... Enquanto a lasanha esquenta, eu vou arrumando aqui a mesa, ou você
prefere a sala de jantar?
-Aqui está bom.
-Você que manda. Conte mais sobre você?...
-O que você quer saber?
-Ha quanto tempo você está sozinho?
-Há 19 anos, nunca namorei, lembra?
-É verdade, desculpa.
-Ok.
-Você sente falta de alguém do seu lado?
-Têm dias que me sinto carente, sozinho, mas depois passa. Nada como um dia após o
outro.
-Você não pensa em se relacionar com ninguém? Ou não quer?
-Humpft... Tenho vontade, mas me falta coragem... Já gostei de alguém e me decepcionei,
sofri um pouco, não foi fácil.
-Mas isso faz parte.
-Eu sei, mas enquanto eu poder evitar ou adiar esses problemas é melhor, o importante é
que estou feliz assim.
-Isso é o mais importante!
    O microondas começou a apitar. -Opa... Nossa lasanha já está pronta.
-Ta cheirando gostoso...
-Pega ali o prato, por favor?
-Esse?
-Não, aquele maior ali...
-Toma aqui.
-Ai... Ai...
-Cuidado, se não vai cair... Espera que eu te ajudo...
-Deixa eu pegar uma espátula pra cortar...
-Enquanto isso eu vou colocar na mesa.
-Ta bom... Você quer beber suco, refrigerante, vinho?
-Suco.
-Suco?
-É.
-Ah não... Vamos tomar um vinho tinto comigo?
-Eu não gosto de bebida alcoólica.
-É até um pecado você chamar isso de bebida alcoólica. Esse vinho que te ofereci não é
qualquer porcaria, uma garrafa dessa custa mais de R$300,00...
-Nossa...
-É puro suco de uva.
-Desculpa, eu não quis ofende-lo.
-Relaxa gato, se você não quer, tudo bem.
-Vou beber só um pouquinho.
-Pega ai uma taça então.
-Aqui...
-Vamos fazer um brinde.
-E vamos brindar o quê?
-A vida... Nossa amizade que nasce agora...
-Saúde!
-Saúde!
    Brindamos a ocasião com o vinho tinto importado que ele me ofereceu, depois jantamos
a lasanha, que por sinal estava maravilhosa. A companhia também era bastante agradável e
encantadora, seu sorriso iluminado me encantou com aquela boca bem feita e provocante.
-Gostou do jantar?
-Adorei!
-E do vinho?
-Adorei também.
-Quer mais um pouco?
-Chega, não quero chegar em casa bêbado.
-Hahaha...
-Que horas são agora?
-22h26.
-Preciso ir...
-Mas já? Está cedo...
-Eu dependo de transporte público para chegar em casa.
-Não depende mais, pode deixar que eu te levo.
-Mas... -Eu já levei você e o Rafael hoje, lembra?
-Sim.
-Já conheço o caminho...
-Minha mãe vai falar um monte...
-Quer ligar pra ela? Diz que você está na casa de um amigo.
-Vou ficar só mais um pouco, tá?
-Oba! Vamos ver um filme?
-Que filme?
-Tem uma lista na TV a cabo que a gente pode escolher juntos.
-Então ta bom, mas antes vamos arrumar aquela bagunça...
-Deixa lá, amanhã a Suellen vem limpar a casa e arruma. Vamos aproveitar o tempo que
temos para ficar juntos.
-Ok.
-Vamos lá pra sala?
-Vamos.
    Levantei do banco e toquei em sua mão que estava estendida pra mim. Após apagar a luz
da cozinha ele me deu um abraço, e assim caminhamos até a sala. Sentei no sofá de frente
para a enorme televisão, enquanto ele foi pegar o controle para escolher o filme.
-Senta aí no sofá...
-Você não se sente mal morando sozinho nesse apartamento tão grande?
-As vezes, eu ganhei esse apartamento do meu pai, já pensei em me desfazer algumas vezes
e comprar um menor, mas...
-Entendo.
-Posso me sentar ao seu lado?
-Claro.
-E tocar na sua mão?
-Pode!
    Com sua mão direita, ele tocou na minha mão e com a esquerda ele pegou o controle da
TV, passando pelos canais ele passou a escolher o vídeo que iríamos assistir no menu de
opções.
-Veja a lista de filmes que têm...
-Bastante...
-Pode escolher qual você quer ver!
    Foi difícil escolher um filme em uma lista de mais de cem nomes disponíveis. Tudo em
ordem alfabética, alguns eu até já havia visto em casa, embora tivesse alguns cujo já tinha
ouvido falar muito bem.
-Vai escolhendo aí que eu vou apagar a luz...
-Ta bom.
    Eu não havia percebido, mas o sofá da sala do Guilherme era reclinável. Só me dei conta
quando ele voltou e jogou o corpo pra trás, tornando o encosto quase uma cama.
-Ai...
-Assustou?
-Claro, né?
-Desculpa, já escolheu o filme?
-Já.
-Pode dar um "ok" pra começar.
-Peraí... Pronto! -Posso te abraçar?
-Sim... Por que você está me olhando desse jeito?
    Ele tocou levemente em meu rosto e olhando para minha boca ele disse:
-Eu vou te beijar.
-Então beija.
    Fiquei sem reação naquele momento. Deixei que o clima conduzisse a situação, deitado
sobre seu braço direito e de olhos fechados senti o peso do seu peitoral sobre o meu. Pouco
a pouco passei a sentir o toque de seus lábios sobre minha face, logo já estávamos trocando
altos beijos, nossas mãos se confundindo por dentro das roupas, como se montássemos um
quebra cabeça.
    O Guilherme beijava maravilhosamente bem. Além de ter uma pegada gostosa e forte
que me fazia arrepiar.
    Aquele clima ia esquentando cada vez mais. Fungadas eram intercaladas aos suspiros,
meu pescoço era beijado, chupado com vontade, quando me dei conta já estávamos
deitados no sofá, sem camisa e minha calça aberta, ao sentir sua mão deslizar sobre a minha
cueca eu me esquivei.
-O que foi?
-Melhor não...
-Humpft... Tudo bem, não vamos fazer nada que você não queira.
-Já está na hora de ir...
-Mas você nem terminou de assistir o filme...
-E nem vamos assistir se continuarmos juntos nesse clima.
-Humpft... Ok. Eu vou vestir uma calça e um tênis pra te levar, dá um tempo ae.
-Não demore.
-É rapidinho.
    Enquanto ele foi tirar a bermuda e vestir uma calça, peguei o celular e liguei pra casa.
Deixei tocar até cair na secretária eletrônica e ninguém atendeu. Desliguei o telefone e
guardei no bolso.
-Estou pronto, vamos?
-Sim.
-Tem certeza mesmo que quer ir?
-Eu preciso.
-Humpft... Gostei tanto de você...
-Eu também te achei um cara bacana.
    Arrumei meu cabelo me olhando no espelho da cristaleira da sala. Calçando o tênis, o
Guilherme abriu a porta e desligou a televisão antes de sairmos.
-Obrigado, Fernando!
-Pelo quê?
-Por ter vindo, pela companhia, pela noite maravilhosa que me proporcionou...
-Hahaha... Não foi nada, eu é que devo agradecer.
-Quando poderei vê-lo outra vez?
-A partir da próxima semana eu já começo a operar, pois o treinamento só vai até o fim da
semana. Minhas folgas serão aos finais de semana alternados...
-Amanhã você trabalha?
-Não.
-Podemos nos ver amanhã se você quiser, andar de bicicleta pela Avenida Paulista,
cinema, teatro, podemos almoçar no shopping... -Ah... Vamos ver como vai ficar minha situação amanhã...
-Eu posso te ligar?
-Pode sim.
    A cada semáforo que o carro parava era uma carícia que ele fazia no meu rosto. Com
aqueles olhinhos de cachorro abandonado, ele me olhava de uma forma que fazia amolecer
meu coração.
-Bom... Infelizmente chegamos.
-Por quê, infelizmente?
-Porque você se vai, me deixando sozinho.
-Não fala assim, a gente pode repetir outro dia.
-Sério?
-É.
-Então quer dizer que você ainda quer me ver?
-Eu gostei de você, te achei um rapaz bacana...
-Isso quer dizer quê?...
-Que eu ainda pretendo te ver outras vezes.
-Fico feliz em saber disso...
-Bom, desculpa, mas agora eu preciso ir mesmo.
-Humpft... Se cuide.
-Você também.
    Tirei o cinto de segurança. Dei um selinho nele, abri a porta e saí do carro. Acenei um
“tchau” e segui em direção à minha casa.
    A noite estava muito agradável. O céu estava repleto de estrelas e a lua brilhante
iluminava a rua. Ao me aproximar do portão de casa, escuto um carro buzinar atrás de mim,
quando me virei notei que era o carro dos meus pais que estavam chegando àquela hora
também.
    Enquanto meu pai manobrava o carro para estacionar, deixei o portão bem aberto e entrei
para não ficarem me perguntando onde eu estava até àquela hora, afinal, eu não estava a
fim de ficar dando explicações dos meus passos.
    Na manhã seguinte acordei com o corpo todo dolorido. De tanto me revirar na cama,
acabei dormindo de mau jeito.
    Desci até a cozinha para beber um copo de suco. O silêncio da casa era quebrado com
meus passos pelo carpete de madeira da escada da sala. Abri a porta da geladeira e vi um
bolo na última prateleira que aparentemente estava muito bom. Coloquei sobre a mesa e
cortei logo uma fatia, puxei a cadeira e voltei até a geladeira para pegar o suco. Quando
abri a porta escutei meu celular tocando la no quarto. Coloquei o jarro ao lado do bolo e
subi as escadas correndo para atender.
-Alô?
-Fernando?
-Eu.
-É o Guilherme. Está ocupado?
-Ah... Não...
-Você demorou pra atender... Já ia desligar.
-Desculpa, é que eu estava lá embaixo comendo um pedaço de bolo...
-Hum... Se eu soubesse que gostava de bolo teria te convidado para comer junto comigo...
-Não faltarão oportunidades.
-Humpft... O que vai fazer hoje à tarde? -Ficar em casa, não programei nada para fazer.
-Aceita pegar um cinema comigo?
-Hoje?
-É... Já que o bolo você já comeu...
-Ah... Eu topo.
-Beleza. Te encontro daqui meia hora em frente o Parque da Independência...
-Mas meia hora é muito pouco tempo.
-De quanto tempo você precisa?
-Acho que duas horas ta bom.
-Uma hora é o suficiente.
-Ok... Nos vemos daqui uma hora.
-Ta bom... Beijos nessa boca gostosa.
-Outros.
    Desliguei o telefone e corri para o banheiro, precisava tomar um banho para tirar o peso
do corpo. A água estava tão gostosa que não dava mais vontade de sair. Procurei não
demorar muito para não me atrasar, pois não queria causar uma má impressão. Assim que
terminei de me vestir, desci até a cozinha e continuei comendo o bolo e bebendo o suco de
goiaba. Quase nem conseguia andar direito depois de comer três fatias enormes de bolo e
dois copos cheios de suco.
    O dia lá fora estava ensolarado. Vestindo uma regata, um boné e uma bermuda eu já
estava pronto pra sair, calcei um tênis e fui até o banheiro escovar os dentes.
    Tranquei a porta de casa com a minha chave e saí com o sol queimando o asfalto.
Quando fui atravessando a rua, notei que um carro se aproximava de mim, não demorou e
ouvi uma buzina, ao olhar para trás avistei o Guilherme sorrindo de óculos escuro com a
cabeça pra fora da janela.
-Demorei?
-Não, eu acabei de chegar também.
-Podemos ir?
-Claro.
-Entra aí... Qual filme vamos ver?
-Hum... Tem tantos...
-Nem são tantos assim... Se for filtrar os legais sobram poucos.
-É verdade. Que gênero de filme você gosta?
-Bom, eu gosto de todos, mas tenho preferência por romance, ficção...
-Eca.
-Por que, “eca”?
-Sei lá, não curto mentira...
-E...
-Ficção é pura mentira, eu gosto de participar da história, sei lá...
-Então vamos ver um filme baseado em fatos reais.
-Hum... Tem algum em cartaz?
-Não.
-Melhor assistir uma comédia.
-Pode ser, qual?
-Um nacional, o quê acha?
-Será que o que está em cartaz é bom?
-Vamos assistir pra saber... -Então ta.
    Chegamos em frente o cinema e não havia ninguém. Separava minha carteirinha de
estudante quando vi o Guilherme comprando os dois ingressos. Coloquei o dinheiro e a
carteirinha sobre o balcão e tocando em minha mão ele recusou.
-Não precisa, amor.
-Então eu pago a pipoca.
-Pare com isso, gato.
    Dentro da sala havia poucas pessoas. Sentamos na fileira do meio onde não havia
ninguém. Antes do filme começar, o Guilherme olhou pra mim, pegou na minha mão e
disse:
-Você é muito lindo, sabia?
-Não tenho nada de lindo, sou um garoto comum.
-Não é não. Você é lindo, especial...
-Humpft... O filme vai começar.
-Vamos ver então.
    Seria mentira se eu dissesse que não senti nada pelo Guilherme. Não tinha como não se
apaixonar por ele com aquele jeito carinhoso e atencioso no qual me tratava. Ás vezes eu
ficava pensando em algumas asneiras que o Rafael falava e percebia que em partes ele tinha
razão, eu tinha que me permitir amar alguém e deixar ser amado.
-Está gostando do filme?
-É meio parado...
-Ou seja, você não está gostando.
-Hahaha.
-Você tem um sorriso lindo, sabia?
    Com a mão direita segurando o meu queixo ele trouxe meu rosto pra perto do seu,
aproximando nossas bocas até que iniciamos um longo beijo que durou até o filme acabar.
-Nossa... Nem vi o tempo passar...
-Você estava de olhos fechados, não tinha mesmo como ver.
-Hahaha... Te adoro, Nando!
-Vamos?
-Já?
-É...
-Ah... Queria ficar um pouco mais com você.
-Já está ficando tarde.
-Ok. Vou te acompanhar até o metrô então.
-Oba!
        Por volta de 10h da manhã seguinte acordei com o telefone tocando. Cambaleando um
pouco e esfregando os olhos levantei da cama, tropecei no pé da cadeira que estava no meio
do quarto, meu irmão sempre tinha a mania de deixar tudo que usava espalhado pela casa.
Meus olhos que estavam ainda meio fechados por conta da claridade que entrava pela fresta
da janela se abriram instantaneamente, tamanha era a dor imediata que senti.
-Caralho... Alô?
-Fala moleque...
-Humpft... Isso são horas de me ligar?
-Deixa de ser chato. Como foi lá no jantar com o "bacana"?
-Foi legal.
-Nossa, que desânimo... -Olha a hora que você me liga...
-10h15...
-Eu estava dormindo, se não deu pra você notar...
-Reparei pela sua voz roca...
-Bom, depois a gente se fala.
-Você vai desligar na minha cara?
-Humpft... Não adiantaria, você ligaria de novo pra me encher o saco. Fala logo, o quê
você quer saber?
-Tudo!
-Tudo o quê?
-Rolou uns beijinhos?
-Hum... Rolou.
-Eu sabia que você não era burro. Ele é bom de cama?
-Não sei.
-Como não sabe?
-Não provei.
-Ah... Esqueci que você é cheio de manias esquisitas.
-Vamos mudar de assunto?
-Ta bom, o quê você fez ontem?
-Fui ao cinema com ele...
-Puta... Nem vou falar nada...
-É melhor mesmo.
-Vocês estão namorando?
-Claro que não, só ficamos sábado e ontem.
-E o quê você está esperando pra namorar?
-Rolar um clima maior... Não tenho essa intenção...
-Mas têm motivos.
-Me dê um motivo então?
-Posso te dar vários... Ele tem grana, ta afim de você, é bonito, é jovem...
-Certo. Não basta...
-Sinceramente, nunca entendi você.
-Ninguém me entende.
-Minha mãe está me chamando, depois eu te ligo pra marcar de nos encontrar e você me
conta tudo.
-Ok.
-Beijos!
-Outros!
    Depois disso não consegui mais dormir. Peguei meu cobertor, deitei no sofá da sala e
fiquei assistindo à televisão até dar o horário de sair para o treinamento na empresa.      
    Ao mesmo tempo em que eu estava feliz por ter encontrado meu primeiro emprego,
também estava apreensivo, pois o dia de entregar a documentação no RH parecia nunca
chegar. Enquanto eles não registrassem a minha carteira, eu não iria sossegar.
-Boa tarde, Fernando!
-Boa tarde, Eliane!
-Sexta-feira da semana que vem cai o dinheiro do vale transporte, você já abriu sua conta
no banco?
-Já... -Em qual agência você abriu?
-Aqui na agência que fica dentro do mercado, e você?
-Eu abri na agência do Centro.
-Ah...
    Abrir conta em banco é a maior burocracia, principalmente quando não se tem como
comprovar renda. No meu caso foi mais fácil, porque a agência aceitava o check-list da
empresa como comprovante, mas depois pedia para entregar uma cópia do primeiro
holerite. A Eliane acabou abrindo sua conta em outra agência de teimosa que era, mas não
deixava de ser uma pessoa legal. Seu sotaque cheio de palavras desconhecidas e fora do
cotidiano paulistano denunciava sua origem nordestina, o que serviu de base para as piadas
do Roberto.
-Caso o modem do cliente seja roubado, só poderá abrir ressarcimento se ele apresentar o
B.O. para a empresa...
-O que ele falou? "V.O?"
-B.O, Eliane...
-Ah... Eu tinha entendido V.O ...
-"Voletim de Ocorrência"...
-Hahaha... Pára Roberto...
-Oh Doce... Conhece a "Doce"?
-Por quê, "Doce"?
-DOCEará.
-Hahaha...
    Quando ele falou aquilo não teve como não rir, não só eu, mas todos que estavam por
perto caíram na gargalhada, despertando a atenção do treinador.
-O Douglas já está olhando pra nós.
-É melhor parar...
    Por mais que a Elaine tentasse parar de rir ela não conseguia. Para o Douglas não ver que
ela estava gargalhando sem parar, acabou entrando embaixo da mesa e assim permaneceu
por uns cinco minutos.
    Chegou à hora da pausa para o lanche, pegamos sanduíche e refrigerante que eles
distribuíam para o pessoal do treinamento e fomos para a copa esquentar no microondas.
-Eu não agüento mais esse calor...
-Eu adoro esse calor, lá em Natal é o ano todo assim.
-Mano... Eu morro de vontade de conhecer a Bahia...
-Falo aê, Daba.
-Daba?
-DABAhia.
-Hahaha...
-O Roberto é cheio de gracinha, dormiu com o Bozo?
-O que foi, Tassi?
-Por quê, Tassi?
-TASSIachando...
    Os apelidos que o Roberto arrumava eram de chorar de rir, tanto que no decorrer do
treinamento inteiro a Elaine ficou conhecida como a “Daba”, a Renata como “Tassi” e a
Eliane como “Doce”.
    Saindo do treinamento meu celular começou a tocar. No visor apareceu o telefone do
Guilherme. Meu coração começou a palpitar bem forte de emoção. -Alô?
-Fernando?
-Sim...
-Aqui é o Guilherme, tudo bem?
-Tudo e com você?
-Também, o quê você está fazendo agora?
-Estou acabando de sair do treinamento, e você?
-Acabei de sair do trabalho, quer jantar comigo?
-É que...
-Aceita, vai? Já to com saudade de você...
-Tudo bem, onde podemos nos encontrar?
-Ebaaaaa! No shopping.
-Você vai vir de metrô?
-Não. Você me espera na calçada em frente a entrada principal.
-Ta bom.
-Em 5 minutos eu to aí.
-Ok.
    Caminhei até o shopping e fiquei esperando pelo Guilherme no local combinado. Assim
que cheguei avistei seu carro chegando também.
-Entra aí, gato.
-Tudo bem?
-Nossa, você está lindo, sabia?
-Pare com isso...
-Hahaha... Olha que tímido. Não falei nenhuma mentira.
-Pra onde vamos?
-Gosta de carne?
-Sim!
-Então vamos à uma churrascaria na Marginal.
-Mas...
-Faço questão de te levar nessa churrascaria, é a favorita do meu pai e minha também, a
comida é ótima.
-Humpft... Então ta bom.
    Ao chegar na churrascaria achei que estava fudido, pois o ambiente era um luxo só, e os
preços absurdamente caros.

Continua...

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